ex-zombies: uma conferência < 2018 >


ex-zombies: a conference

 

E se realmente acontecer um apocalipse zombie e os cadáveres voltarem à vida, aqui mesmo, na nossa cidade? Como enfrentar esta ameaça? Como combater hordas de mortos-vivos insaciáveis que invadem as nossas casas e despedaçam os nossos entes queridos? Nesta espécie de conferência à beira do abismo, quatro especialistas analisam a crise que nos rodeia em busca de estratégias de sobrevivência. Enquanto são engolidos pelo caos, discutem temas como alteridade, xenofobia, tortura, a banalidade do mal, porque é que os seres humanos sentem um medo inato de serpentes, e quais são as armas mais eficazes, afinal, para destruir um morto-vivo. O zombie cambaleante mas incansável é o monstro por excelência de nosso tempo: ao mesmo tempo semelhante e diferente, patético e assustador, revelando o quão próxima a nossa civilização ainda se encontra da barbárie.
>
What if a zombie apocalypse really does happen and the corpses come back to life, right here in our city? How do we face this threat? How do we fight off hordes of insatiable undeads that invade our homes and tear our loved ones to pieces? In this sort of conference on the brink, four experts analyze the crisis that surrounds us in search of survival strategies. While being engulfed in chaos, they discuss topics such as otherness, xenophobia, torture, the banality of evil, why human beings feel an innate fear of snakes, and what are the most effective weapons, after all, to destroy an undead. The staggering but relentless zombie is the monster par excellence of our time: at once similar and different, pathetic and frightening, revealing how close our civilization still is to barbarism.

equipe > crew

texto e encenação > text and direction Alex Cassal
elenco > performers João Grosso, Lúcia Maria, Manuel Coelho, João Estima, Sara Inês Gigante
apoio à dramaturgia > dramaturgical support Joana Frazão
apoio à encenação > direction support Eduardo Molina
desenho de som > sound design Sérgio Henriques
adereços > props Stéphane Alberto
fotografias > photos Filipe Ferreira
direção de cena > stage management Catarina Mendes
produção executiva > executive production Manuela Sá Pereira
produção > production Teatro Nacional D. Maria II
apoio > support Residência Días Hábiles / O Espaço do Tempo

Alex Cassal interessa-se por esse teatro que está na vida de todos os dias, nos formatos que usamos quotidianamente para conversar sobre o que nos preocupa. E interessa-se por trazer para o teatro aquilo que aparentemente não pertence ao teatro, por exemplo, zombies.

Susana Moreira Marques > Jornal de Negócios > Lisboa PT

O corpo do estagiário cai morto e jaz no chão. A respiração acelerada a fazer-se notar no tórax do ator é um dispositivo do teatro que, aqui, serve bem a história. Acaba por ser um toque de resiliência a lembrar-nos de que ainda estamos vivos, de que ainda vamos a tempo.

Cláudia Marques Santos > Revista Visão > Lisboa PT

Em tom de comédia absurda, com uma pinça de fina ironia, pensa-se na crise e nas estratégias para alienar os que saem do sistema: os zombies, que são aparentemente iguais a nós, mas perigosos, querendo destruir as nossas vidas e direitos adquiridos. Por meio de sábia crítica, brinca-se, numa catarse eufórica ao estilo comic relief, e toca-se, ainda assim, na tortura, na xenofobia, no aquecimento global, na banalidade do mal e em ideias de outros autores sobre a diferença.

Gisela Pissarra > Revista Sábado > Lisboa PT

Capitalismo selvagem, desigualdade social, refugiados, muros a separar países, massacres de civis e xenofobia galopante convivem com fascistas, autocratas, misóginos, homofóbicos e racistas numa sociedade com distopia à vista. Se mensagem não estivesse fora de moda, diria que a mensagem do texto e da encenação é: estamos feitos. Mensagem metafórica, mas clara sobre o estado do mundo.

Rui Monteiro > Revista Time Out > Lisboa PT

João Estima, João Grosso, Lúcia Maria e Manuel Coelho dão corpo a este episódio do apocalipse com competência, intensidade e humor. Um espectáculo que dentro do irreal, do nonsense e do humor nos leva a reflectir sobre o papel do outro em relação a nós.

Pedro Mendes > Contracenas > Lisboa PT

Quando o escritor executa a tarefa hercúlea de reimaginar o mundo, fá-lo por necessidade de procurar a mudança ou fá-lo porque não tem como não o fazer? E o que escreve tem impacto naquele que lê? Alex Cassal talvez respondesse: mais do que saber onde estamos ou para onde vamos enquanto escrevemos, “é importante escolher ao lado de quem queremos estar”. Presentes. Fisicamente. Apesar de uma pandemia.

Patrícia Portela > escritora > Viseu PT

O espectáculo Ex-zombies: uma conferência é uma maravilha repleta de surpresas para o espectador. O que não será surpresa para quem ande atento é que este espectáculo é a prova acabada de que o encenador e dramaturgo Alex Cassal sabe, como poucos, fazer em palco a cama onde a comédia e a política se podem entregar a fogosos amores.

Tiago Rodrigues > dramaturgo e encenador > Lisboa PT

Fui engolida, triturada e mastigada. Mas não fiquei com o cérebro adormecido. Obrigada por este estaladão de teatro. É urgente. Encham a sala! Antes que venha o cão da morte.

Isabel Abreu > actriz > Lisboa PT

Anterior
Anterior

um tigre-lírio é difícil de encontrar

Próximo
Próximo

fantasmas: capítulos 1, 2 & 3