as três sozinhas < 2019 >


three women alone

 

De Circe a Medeia, com Sereias, Hárpias e Górgonas. Mais as três Moiras e a madrasta da Branca de Neve, Joana D’Arc e Ana Bolena. E Capicua, Elza Soares e Patti Smith, Pussy Riot, Femen e Guerrilla Girls. Sem esquecer Maria Lamas, Carolina Beatriz Ângelo e Maria Judite de Carvalho. Convocando Frida Kahlo e Agnès Varda, Virginia Woolf e Anna Akhmátova, Isadora Duncan e Marina Abramovic. Invocando Judite com a espada de Holofernes, Lorena Bobbitt com uma faca de cozinha, Valerie Solanas com uma pistola. Lembrando Eastwick, Salem e Aljezur, o Relatório Hite, o Teste Bechdel e o Ponto G. E ainda Simone de Beauvoir, Camille Paglia, Judith Butler, Angela Davis, Virginie Despentes, Betty Friedan, Maya Angelou, Rebecca Solnit, Malala Yousafzai, Gloria Steinem, Chimamanda Ngozi Adichie. A lista é interminável, uma longa espiral de mulheres a girar em torno de uma clareira na floresta à noite. Elas estão em chamas.
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Three makers and the multitude of women living inside them in a long spiral spinning around a clearing in the woods at night. Thinking, flying, chewing, remembering, setting. They are on fire.

equipe > crew

direção artística e interpretação > artistic direction and acting Anabela Almeida, Cláudia Gaiolas, Sílvia Filipe
figurinos > costumes José António Tenente
música original > original music Teresa Gentil
desenho de luz > light design Daniel Worm
pesquisa e dramaturgia > research and dramaturgy Alex Cassal, Judite Canha Fernandes
apoio coreográfico > choreographic support Miguel Pereira
fotografias > photos Filipe Ferreira
produção executiva > executive production Daniela Ribeiro
residência > residence O Espaço do Tempo
coprodução > co-production Teatro Nacional D. Maria II, teatro meia volta e depois à esquerda quando eu disser

Assim, as três de As três sozinhas revelam uma grande entrega e generosidade ao falarem em nome próprio, ao servirem-se das suas biografias como roteiros do espectáculo, ao partilharem com o público parte das suas vidas, dos seus corpos, das suas cicatrizes físicas e emocionais.

Statt Miller > Contracenas > Lisboa PT

Quando reflectem sobre o que significa para as três ser mulher ou ser feminista, ser um corpo político ou em processo de envelhecimento, fazem-no como se estivessem sentadas a uma mesa de café, sem filtros nem julgamentos. Quando palpam e comentam os seus corpos, falam da sua roupa interior, discutem a menstruação ou situações de abuso sexual, fazem-no sempre em confidência – e​ o público terá de se questionar se não estará a espreitar pelo buraco da fechadura.

Gonçalo Frota > Jornal Público > Lisboa PT

Anabela Almeida, Cláudia Gaiolas e Sílvia Filipe estão sozinhas. São três, convém dizer, actrizes de grande nomeada. A não perder.

Revista Time Out > Lisboa PT

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